terça-feira, 23 de setembro de 2014

Pássaro de mau agouro.

Pássaro de mau agouro
Já chegou trazendo devastação
Os tolos pensam que é coincidência
Eu acredito em maldição.
Em sua vida medíocre
Nenhuma conquista real
Apenas conflitos e jogos
Sempre na essência do mal
A herança já trás em suas veias
Labirintos venenosos
De seu  bico coberto de lama
Só histórias de vida profana
Onde passou levou o desgosto
A dor, o choro, a revolta
As plantações de erva daninha
Do demônio de quem é devota
Enxotei e a ave voltou
Gritei sem voz, nada se ouvia
Quando os bons viravam estatuas
A ave comia e dormia

Chamei por Deuses
Sem demora
Depois do mal semeado
Virou as costas e foi embora
Pedi por milagres
Confiei em ungidos
Mas as plantas brotaram
Apesar dos meus gemidos
Clamei aos Céus
Ninguém veio me salvar
E as plantas malditas
Crescendo a prosperar
Chorei cem lágrimas
Não sabia que regava
De risos o mal
Que ali já estava
E cresceram bem fortes
Quando a morte a minha espreita
O pássaro retornava
Levou meu sangue em sua colheita.



obs: cem = 100