terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Tudo pode acontecer. parte 05

Parecia que aquilo já era rotina. Coisas anormais, paralisia do sono... Após uma noite péssima acordou cheia de dores. Ligou para Gutiérrez. "Sim, meu querido. Vou aceitar aquela massagem que recusei da última vez!" Gutiérrez era um homem grande, de porte atlético e braços musculosos. Mas como massagista tinha a delicadeza de um gato. Com a massagem dele e mais alguns sais de banho na banheira com água tão quente que mais nenhum ser humano suportaria, Suzana sentiu -se renovada. Tomou um remédio para as dores mais por precaução. Era uma mulher forte. Nada, nem mesmo a fibromialgia conseguia fazer ela se entregar. Tomou um café com o sócio que parecia meio desatento. Não era coisa de Gutiérrez. Normalmente sua atenção era toda para Suzana.
- Algo te incomoda, meu amigo?
-Nada absolutamente! São só umas idéias. Algo que anda me encantando! Sabe a casa do meu avô que eu estava reformando? Encontrei um velho baú. Com um diário de meu avô. Coisas escritas na década de 60. Meu pai era apenas um bebê na época. Não li tudo ainda...Mas meu avô relata sobre alguns túneis debaixo de nossa propriedade, coisas relacionadas ao Pirata Zulmiro.
- Sério? Será que não teria um mapa para o tesouro do pirata? Adorei isso!
- Então, Suzana, por enquanto não achei nada...Mas gostaria de dar uma volta pelo Bosque dos Gutiérrez. Quer me acompanhar?

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

terça-feira, 3 de outubro de 2017

Marcas do tempo

Estou  só
Neste espelho de linhas
que chamam de vida
Já tenho o veredicto
Não sou mais uma menina
Mesmo com a reação opaca
que a tintura de meus cabelos
dissimulou
Estou inerte
Nesta estrada confusa
que tentei enganar
Já tenho uma história
Trilho de fase madura
Mesmo com negação assustada
Que as batidas do meu coração
desmentiram
Estou abalada
Nesta sentença
de não ser quem eu sou.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Dei adeus

Perco tudo menos a razão
Inexatos contatos
Rabiscos de ofícios
Quem usa o lápis
Nunca sente solidão
Meu poema teu desenho
Teu retrato meu espelho
Longa espera, madrugada
Vida insana, obra desvairada
Um dardo, uma flecha
Meu timbre, minha audácia
Deixei a mão, dei adeus
Ideologia de falácia
Busquei somente a paz
Pisei em solo real
Vida eterna
Briga entre o bem e o mal
Não olhei pra trás
Ignorei o retrovisor
Eu tinha o controle
Só eu mesma, não tenho mais.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Meu oráculo

Passos de bebê
Levam pra frente devagar
Cada dia de uma vez
O importante é não parar

O mundo inteiro está à frente
O céu pode esperar
Se tiver os pés no chão
Pode voltar a sonhar

O peso da vida dói o corpo
Mochila pesada da alma
Um dia o amor virá
Apenas tenha calma

Esqueça o que passou
Lembre com carinho
Quem já foi
Pra frente é o caminho

Batalhe pelo que quer
Sem esquecer que apenas
O que construir
É o que verdadeiramente vai ter

Calma nos anseios
Força nas pequenas batalhas
A justiça tarda
Mas nunca falha

Cante sempre que puder
A vida pode ser boa
Para todos que sabem viver

Nem direita nem esquerda
Nem água nem fogo
O meio escolha com alegria
O caminho da sabedoria

Não discuta com tolos
Ame quem te ama
Cada um tem sua vida
Que seja bem vivida

A alma deve ser livre
O corpo regrado
Não misture fantasias
Com Deus que é sagrado

Respeite cada vivente
E a vida de cada qual
Fora da tua casa
Cada um com sua moral

Que você possa mandar
No dinheiro que conquistar
E que o dinheiro que ganhar
Não te faça escravizar

Pouco precisamos realmente
Algo pra comer e beber
Roupa limpa pra vestir
E um teto pra dormir

Esqueça toda vaidade
Daqui nada vai levar
Nem bens materiais
Nem as contendas que possa ganhar


Desirée Veloso
Desiveloso.blogspot.com.br


domingo, 16 de julho de 2017

Fim

Sonhei que havia morrido
E senti cada detalhe
Tive um pequeno arrependimento
E a sensação de que tudo terminava
Contrariando minhas crenças uma certeza de finitude
Coisa estranha
Meus pensamentos momentaneamente apagaram
Acordar foi quase um renascimento.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

PONTAL DO PARANÁ

PONTAL DO PARANÁ                                                                           Letra e melodia:
                                                                                                                   Desiveloso
                                                                                                                   Tom: G
                                                                                                                   Tempo 88
                                                                                                                   Voice piano 001
                                                                                                                    Style reggae 66

                                                                                                                   
                                                                                                                  
Sempre que pensar naquele azul
e subir nas nuvens pra pensar
vou lembrar do céu, da praia e o mar
e no tempo sonho divagar

E o sol
Brilhando o sol, o céu azul e o mar.
E o sol, a areia, a Ilha, o sol e o sal do mar

Sempre que voltar ao modo amar
e descer ao vento pra voar
vou levar você dentro de mim
e cantar nas ondas devagar

E o sol
Brilhando o sol, o céu azul e o mar
E o sol, a areia, a ilha, o sol e o sal do mar


quarta-feira, 21 de junho de 2017

Em nós

Não existe mais nenhuma música
Para descrever o que eu sinto
Nem as que eu mesma escrevi
Não existe mais nenhuma música
Para escrever do que sinto
Se é que um dia existiu
Aprendi a acelerar
E isso vem bem antes de freiar
Não existe nem seguir nem olhar pra trás
O horizonte ficou preso no mapa
Nem sei porque busco coisas
Eu sei nem é pra mim
Neste tosco remendo de frustração
O frio arde porque a cama é grande para alguém só
Ah, se um dia pudesse dizer o que eu digo
Não diria mais nada
Tenho certeza
A música estaria em nós

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Vontade de você

De repente
Aquela vontade de você
De deitar nos teus braços
Fechar os olhos e esquecer
De repente
Aquela sensação de querer ter
Beijos e você apertado no meu corpo
Frio no ar e calor no desejo
Vontade de te agarrar
Vontade de rolar
Vontade de esquecer o mundo
De repente te seguro
De repente te engulo
De repente sou parte tua até o dia amanhecer
Vou colocar um Led pra tocar
Vou sonhar que você está aqui
Nem ligo, se esta noite eu nasci pra me
Apaixonar por você



segunda-feira, 5 de junho de 2017

Anjo

Eu tive um anjo
Com asas enormes
E ele sabia voar
Eu tive um anjo
Que em duas rodas
Voava ao me acompanhar
Ele me salvou das trevas
Das lágrimas brotando da terra
Eu sentia o abraço, o afago
A proteção
Eu sentia o calor, o abraço
Saudades
Minha moto esquecida num canto
Cheia de pó
Sem você não sei voar
Sem você não vou voar
Fico tonta fico sem ar
Sem meu anjo não posso voar.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Capricorniana

Pode me chamar
De coração de gelo
Se quiser
Mas eu sei amar

É, eu tenho coração
Coração, Coração

Amo com uma intensidade
Que você não pode imaginar
Tenho reino próprio
Minha própria cidade

Construí em sonhos
Mas com os pés no chão
Sou capricorniana sim
É, eu tenho coração

É, eu tenho coração
Coração, coração

Não pegue minhas coisas
Não dê palpite na minha vida
Não invada minha privacidade
E terá pra sempre uma grande amizade

Posso parecer fria
Posso não te ligar
Mas sou um doce
Se não me contrariar

Sou capricorniana, mas
Eu tenho coração, coração,
Coração!



domingo, 29 de janeiro de 2017

Alma cigana

Letra: Desirée Veloso
Melodia: Ernesto Reimann

Moro longe de casa
Tao perto das estrelas
Numa meia água incandescente
No pé de um rabo de cometa
Meus pés tocam a lua
Quando me vejo descalça
De alma pura e sonhos bons
Minha conhecida "Toda Nua"
Os sonhos vão fluindo
Alma de poeta sem parada
Longe longe é minha estrada
Os sonhos vão fluindo
Alma de poeta nessa estrada
Longe longe sem parada
Moro numa esquina qualquer
Perto de uma estrela
Num beco de ventos
Ou num rodapé
Moro longe de casa
Em qualquer página amarelada
Num reboque de Horizonte
Sou poeta da madrugada



quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

MELVIN

(Música que fiz para o nosso gato Melvin. Quando o adotamos, a gente pensava que era uma gatinha, então foi batizado de Melissa. Posteriormente, descobrimos que se tratava de um macho, pra continuar a ser Mel, virou Melvin, o único gato que tem uma música feita por mim!!!)

MELVIN ( Letra e melodia: Desirée Veloso)
Tom: G
G Am mel,mel,mel,mel, mel,mel,mel
G Era uma vez
Em De sorte um gato
D Felino arisco
Em Achado no mato
G Suave de gestos
Em Tão nobre gentil
D Guloso sapeca igual
Em Não se viu
G A noite no escuro
Em Saia explorar
D Apartamento de encantos
Em Para conquistar
G A mulher com o violão
Em Começava a tocar
D Só rock pela noite
Em E ele a escutar
Am mel,mel,mel,mel, mel,mel,mel
Am miau,miau,miau,miau,miau,miau
G Uma noite já dormindo
Em As cordas a soar
G Ela levanta
Em Para espiar
G O gato travesso
Em As patinhas arranhando
D Nas cordas do violão
Em Num rock miando
Am mel,mel,mel,mel, mel,mel, mel, mel, mel G

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Outra vida

O calor quase a sufocava. Tudo parecia marrom naquelas paisagens. Antes de descer da condução, passou um pente pelos longos cabelos, desembaraçando no que foi possível. Fez o mesmo com a criança. Depois, com um lenço úmido limpou o rosto da menina, que pediu um pouco de água.
- Chegamos filha! Pegue nossas bolsas que eu desço com a menina.
A criança, que devia ter uns cinco anos, ao se ver no espaço livre do pátio, correu brincar com as outras crianças que ali estavam. As duas mulheres foram até o santuário. A menina podia ficar por ali mesmo. Era um mundo seguro, livre de toda e qualquer violência. Quase um mundo perfeito, onde a maldade não existia. A mulher mais nova sabia que nem todos os mundos eram assim. Ela conservava lembranças de outras vidas, em outros mundos e tempos, onde nem todas as pessoas eram boas. Pelo que entendia, os nascidos ali, almas velhas, já sofridas de outras encarnações  haviam evoluído ao ponto de viverem uns com os outros na mais perfeita harmonia.
Entraram na capela. Bancos simples de madeira eram ornamentados com almofadas bordadas a mão. Tudo ali era muito colorido e parecia ser presente dos que visitavam o santuário. Helena apertou a mão da mãe, que sorrindo a abençoou com uma oração. Não precisava temer. Só que não era medo. Estava ansiosa. Todas suas certezas haviam se dissipado na poeira da estrada. Aquela seria a primeira vez que o encontraria.
Ele entrou e todos se colocaram de pé. Usava um manto de tecido colorido e óculos escuros que antes de subir no pequeno altar, retirou. Era um objeto bastante necessário naqueles dias de sol forte.
Ela começou a chorar. Era ele. Não reconhecia aqueles olhos puxados, nem a pele escura avermelhada, muito menos seu cabelo preto. Mas sabia quem ele era. Ou o que representavam um para o outro.
- Helena, que bom que você está aqui! Te esperei por muito tempo!
Ela não estranhou ele a conhecer, muito menos saber seu nome naquela vida. Era um homem sábio, quase santo,com muitos poderes. Por isso, tantos o buscavam no santuário.
Ele realizou o culto, como fazia em todos os dias. Ao terminar, os presentes foram conversar ou agradecer, por curas ou milagres. A mãe dela também assim o fez. Depois saiu procurar a menina. Voltariam sem Helena para casa, naquele fim de tarde.
Quando todos os demais se retiraram, ele foi em direção a Helena e a abraçou fortemente como se nunca houvessem ficado separado. Nem sabia por quantas vidas estiveram longe um do outro.
Foram para casa dele, anexa à capela. Deitaram numa cama vermelha. Não eram dois amantes que se encontravam. Eram duas meias almas que por fim, se tornava uma só, na forma de um homem e uma mulher.

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Catedral

O deserto
Que atravessei
Ninguém me viu passar
Estranha e só
Nem pude ver
Que o céu é maior
Tentei dizer mas vi você
Tão longe de chegar
Mas perto de algum lugar

É deserto
Onde eu te encontrei
Você me viu passar
Correndo só
Nem pude ver
Que o tempo é maior
Olhei pra mim
Me vi assim
Tão perto de chegar
Onde você não está
No silêncio uma catedral
Um templo em mim
Onde eu possa ser imortal
Mas vai existir
Eu sei
Vai ter que existir
Vai resistir nosso lugar
Solidão
Quem pode evitar
Te encontro enfim
Meu coração é secular
Sonha e deságua
Dentro de mim
Amanhã devagar
Me diz
Como voltar

Se eu disser
Que foi por amor
Não vou mentir pra mim
Se eu disser
Deixa pra depois
Não foi sempre assim
Tentei dizer
Mas vi você
Tão longe de chegar
Mas perto de algum lugar...


quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

VOLTA, VOLTA, TEMPO

                                  VOLTA, VOLTA, TEMPO
letra e melodia: Desi Veloso                                                                   tom: C
                                                                                         voice: trumpet
                                                                                         style:brazsamba
                                                                                         tempo: 80
C
Cada nota de um dia
DM
Das lembranças, um parque
Em
Crianças Brincando de Namorar

(Refrão, 2X)
C
Voando no cavalo alado
Dm
Eu e ele
Em
Lado a lado

C
Meu primeiro beijo
Dm
Meu rosto queimando
Em
Batia forte o coração

C
Volta, volta, volta tempo
Dm
Volta só aquele momento
Em
Volta, volta, volta, menino tempo
F
Volta, volta, beijo ao vento

(Refrão 2X)

C
Beijo que não vou esquecer
Dm
Carrossel me levou às estrelas
Em
Nos sonhos posso reviver

( Refrão 2X)
Dm